terça-feira, 11 de junho de 2013

As revoltas nascem sempre de uma sensação de traição. Acabarão por cair olhados com desprezo pela multidão.


Greve dos professores em Portugal, revoltas na Turquia, a história, apesar da eterna mudança a que está sujeita, é um lugar de tédio nunca desmentido.  Os poderosos e os destituídos de poder, os que exercem a dominação e aqueles que a sofrem. Quando o laço entre ambos se rompe, nasce a revolta. As revoltas não significam que os destituídos de poder e os que sofrem a dominação queiram tomar o poder. As revoltas nascem sempre de uma sensação de traição. Os professores portugueses sente-se, há muito, traídos pelos ministros da educação. Os turcos que protestam sentem-se traídos pelo governo que elegeram.
As revoltas, as greves, os protestos são sempre o sinal de que o poder não honrou um compromisso, um compromisso inexplícito mas conhecido pelas partes. Quando esse compromisso não escrito é honrado, as greves desaparecem, as revoltas não acontecem, o tumulto não desce às ruas. 
As revoltas nascem sempre de uma sensação de traição. egos, os governantes julgam que vão poder submeter pela força aqueles a quem estão a trair. A verdade, porém, como a história não se cansa de mostrar, acabarão por cair, olhados com desprezo pela multidão. Passos Coelho e Nuno Crato já se esqueceram de Sócrates e de Lurdes Rodrigues?  Já terão esquecido o que se passou na Líbia, na Tunísia ou no Egipto?