quinta-feira, 6 de junho de 2013

Há greves, senhores, realmente importantes para o bem de todos nós. Fiquem com a poesia ( maior).."Um pouco acima da miséria"

Neste País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?" E aqui estamos nós, no ano da Graça de Nosso Senhor de 2013, constatando a razão destes homens, e a insensatez de um Povo. Falta cumprir Portugal!
Cumpra-se a Poesia!!!



Notícia do jornal Faro de Vigo, de hoje:
«El escritor portugués Amadeu Baptista ha sido el ganador del XXIX Premio de Poesía Cidade de Ourense por la obra Un pouco acima da miseria. El jurado lo califica como "un libro de excepcional personalidad. Una respiración poética amplia, un trabajo minucioso de lenguaje, que está en la base de una tensión poética intensa". Amadeu Baptista nació en Oporto en 1953. Cuenta con una amplia bibliografía. Colaborador habitual de periódicos, revistas, libros colectivos y antologías en diversos países de Europa y América.»


MURMURAÇÃO DE LEÓN TROTSKY NO SEU LEITO DE MORTE

Natália Sedova, olha-me, peço-te que me olhes fixamente
– de mim não escutarás um único gemido, mas dir-te-ei
que a última flor do terrífico é a beleza, como te disse há muito,
como repetidas vezes te disse e agora repito neste meu último fôlego:
o terrífico é a beleza, tal como tudo é neve em nós,
de vitória em vitória, ou derrota em derrota,
ou um verso aterrador de Pushkin ou Maiakovski.

Não vês a revolução permanente neste trapo vermelho
enrolado à volta da minha cabeça, enquanto ponho
os olhos num infinito não muito distante?
(...)
Amadeu Baptista, in "Um pouco acima da miséria", que acaba de ganhar o XXIX Prémio da Cidade de Ourense e que será por eles publicado.