quarta-feira, 5 de junho de 2013

Os professores que se preparem, o mar onde navegam está cheio de monstros....

Sinto-me a viver um pós-guerra qualquer, onde alguns homens tentam reencontrar a sua dignidade, escutando o grito profundo que há dentro deles.

Há um momento em que percebemos que um povo perdeu por completo a dignidade e o respeito por si mesmo. A desfaçatez com que certos grupos e indivíduos, para justificar os seus fins, agem e promovem ruído é o sintoma de uma doença que nos atinge e debilita ainda mais. Estava a ver as notícias da noite, julgo que na SIC, quando deparo com uma entrevista, ou parte de uma entrevista, a alguém que não consegui reter o nome. A personagem é americana e foi responsável pela reforma do Estado durante a primeira presidência de Bill Clinton.
 Falou, a propósito da reforma do Estado, da necessidade de despedir professores (por certo, os grandes responsáveis pelo mau desempenho da economia, pela incompetência dos empresários, pela corrupção dos políticos, pelo compadrio reinante, por mandarem construir três auto-estradas para ligar Lisboa ao Porto, pela megalomania dos estádio de futebol, etc., etc.). Daqui derivou para impossibilidade que o Estado português tem de despedir os maus professores. 
Embalado e entusiasmado só parou quando disse - juro que ouvi - que nós - não ficou claro se eram os professores ou os portugueses em geral, mas aposto que eram os professores - nem conhecemos a palavra responsabilização (sic). Quem encomendou tal discurso? Como é possível que venha um tipo qualquer, mandado vir dos EUA, à televisão portuguesa dizer uma coisa destas? Já percebemos que vale tudo, mas tudo mesmo. Os professores que se preparem, o mar onde navegam está cheio de monstros.