sábado, 20 de julho de 2013

Cavaco Silva vai ter que voltar às Selvagens, para se aconselhar com os pedregulhos e as cagarras, já que nem ele, nem os seus assessores e conselheiros, conseguem dar conta do recado.

Finou-se a "salvação nacional"....
A pobre durou pouco mais de uma semana. Mas não foi uma morte qualquer. Foi uma morte comunicada à sexta-feira, já após o fecho dos mercados, não fossem eles assustar-se. Anda muita coisa a acontecer às sextas-feiras à tarde… A bola está agora com o Presidente da República. 

Havia várias soluções para a crise política. Cavaco Silva começou por rejeitar dar posse ao Governo "recauchutado" depois da saída de Vítor Gaspar e das piruetas de Paulo Portas, por ser uma solução frágil e pouco abrangente. Excluiu a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas neste Setembro de 2013, porque tal solução iria provocar (diz ele) descontinuidade governativa e fragilizar o país perante os credores e os mercados. Por quebra do PS, acabou por falhar a sua solução de acordo tripartido de salvação nacional (PSD, CDS-PP e PS), com eleições antecipadas marcadas para Junho de 2014. Fica em aberto a solução de um governo de iniciativa presidencial que ele sempre disse não querer adoptar. Este é o resultado que dá ter andado a manter prolongados silêncios e cultivando um conceito minimalista dos seus poderes, quando tudo pedia que interviesse.
Entretanto, o que fica de pé? Quase nada, porque se Cavaco voltar atrás, acabando por dar posse a um desacreditado Governo "recauchutado", com isso acaba por reconhecer que cometeu um estrondoso erro de avaliação, caindo na armadilha que ele próprio engendrou, desacreditando-se perante a opinião pública, e começando a desenhar-se a hipótese da sua própria renúncia.

 Aguardemos.