segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Coisas do "senso comum"...vulgaridades!!!

Não compreendo como há quem ainda leve a sério frases como "Conhece-te a ti mesmo", "Sê tu próprio", "Sê aquilo que és", essa velha e quase romântica busca de uma autenticidade algures perdida num ignoto cantinho da alma humana, em oposição a formas de pensamento e de ação que, tendo uma origem social, soam artificiais e revelam o lado mais filistino da natureza humana. Tal busca de uma autenticidade perdida não passa de uma ilusão. E, pior do que uma ilusão, uma perigosa ilusão. 
Por um lado, que interesse haverá em pedir a um daqueles vulgares sacanas nos quais tropeçamos todos os dias, que se "conheçam a si mesmos" ou que sejam "eles próprios"? O ideal seria mesmo que não fossem "eles próprios".   O mundo está cheio de gente que não deveria ser "ela própria"...
O desejo de pureza e autenticidade é uma caixa de Pandora que jamais deverá ser aberta. Sabendo nós que tantas vezes a perfeição absoluta se aproxima perigosamente da imperfeição absoluta, o melhor é contentarmo-nos com a tepidez de um Sol de Inverno do que desejarmos um Sol que nos pode cegar e queimar.