terça-feira, 24 de setembro de 2013

Não importa, desde que seja um efeito qualquer que faça rir quem chora, animar quem definha, adormecer quem esbraceja, ou calar quem grita.(psicotrópicos)...

Não nos espantemos, ora, não há tempo para humores ligeiros, para afagos apaziguadores, para ações tranquilizantes de corpo e de alma. É o "alimento" condensado, o menor esforço, o preço mais baixo e o resultado garantido.  Não nos espantemos, pois, e mais do que tudo não condenemos, anda tudo farto de indignações. Os números aos magotes nunca foram o meu forte. Setenta e cinco mil embalagens por dia é muita embalagem, convenhamos, e se o número não servir para nada além de constatações formidáveis, é por si só uma afronta ao País, aos técnicos, aos Portugueses e à sociedade no geral. E se assim for, perdoem-me a franqueza, mas mais vale deixarmos em sossego clandestino o silêncio da embalagem colorida, o ânimo fresquinho acabado de sair do invólucro fechado, a felicidade que se engole em forma de efeito concreto ou de efeito placebo, não importa, desde que seja um efeito qualquer que faça rir quem chora, animar quem definha, adormecer quem esbraceja, ou calar quem grita.