sábado, 19 de outubro de 2013

Dia da memória de Manuel António Pina... "Mostrar o invisível , Aniki-Bobó". Um hino à infância enquanto território das grandes descobertas e revelações.


Inédito durante quase duas décadas, Aniki-Bobó, o ensaio de Manuel António Pina sobre o filme realizado por Manoel de Oliveira em 1942, foi uma encomenda do British Film Institute para uma colecção sobre clássicos da história do cinema. O livro nunca chegou a ser publicado no Reino Unido, embora uma parte do texto tenha aparecido no catálogo do ciclo ‘Odisseia nas Imagens’, ao tempo do Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura.
.......
"Aniki-Bobó
Autor: Manuel António Pina
Ano de publicação: 2012".

Agora em versão integral, a leitura de Pina mostra-nos uma faceta talvez menos conhecida da sua abrangente mundividência: a de cinéfilo atento e apaixonado.
Aniki-Bobó
, rodado nas margens do Douro com «pequenos actores amadores», descobertos por Oliveira nos locais de filmagem,  foi mal-recebido de início, tanto pela crítica como pelo público, mas ocupa hoje um lugar central na história do cinema português. Pina comenta o filme quase plano a plano, levando-nos para o coração desta história de amores infantis que espelham o «mundo real dos homens (…), reduzido (…) à sua mais funda e descarnada estrutura: Bem e Mal, justiça e injustiça, esperança e medo, felicidade e infelicidade, desejo e morte, amor e ódio». Com o seu «realismo poético», o filme é um hino à infância enquanto território das grandes descobertas e revelações.
(in revista ler)