domingo, 6 de outubro de 2013

Todos muito afinadinhos.O caso Machete resume toda a virtude que anima o regime..

Passos, segurado por Cavaco, segura Machete, que se segura a Passos que se segura a Cavaco. Uma pescadinha de rabo-na-boca. Todos muito afinadinhos. Todo, bem… excepto Portas, o falsete, um corpo estranho que não cabe na estrutura, com timbre diferente e ressonância conforme o instrumento que lhe calha em sorte.

"Uma política externa imparcial, nomeadamente, sobre as questões ligadas a Angola, é uma exigência do líder Popular Paulo Portas, que «não vê com bons olhos» celebrar a paz com um acto de sangue".( 24 FEV 02 às 00:00 TSF).

O caso Machete  resume toda a virtude que anima o regime. Desde o convite dirigido por Passos Coelho até ao facto desse convite ter sido aceite, passando pelos múltiplos episódios sobre a biografia e as opiniões do ministro, em solo estrangeiro, sobre casos na justiça portuguesa, o ministro Machete tem todas as potencialidades para se tornar o símbolo de um regime em estertor. Não apenas o símbolo do poder central e de um partido, mas dos diversos poderes (local, regional e central) e dos partidos do arco da governação. É uma forma de estar na política que, desde o primeiro-ministro até ao Presidente da República, toda a gente parece entender e achar normal, isto é, a norma como se deve estar e agir na política em Portugal. Um exercício virtuoso pelos cânones em vigor.