quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Se eu fosse metódica e regasse as minhas rosas, outro mundo me teria cantado...



O mundo é de centramentos e eu tenho dias...

Pode. Pode. Uma vida inteira a ser-se quem não se é? Pode-se muito bem.
Habitua-se a levantar-se e ver-se no espelho já nem estranhado que aquele que o olha seja outro e que, depois, caminhe todos os dias não como se fosse para o cadafalso mas para um redil, um entre outros seres selvagens que a vida aprisionou.
Por vezes nunca se chega a ser suficientemente forte.
E aos poucos uma vergonha. E depois, cada vez mais, também o não ser capaz de suportar a vergonha. Fraco, fraco, tão fraco. Precisar de ajuda para não se lembrar da penosa vergonha.
E a dificuldade em adormecer. E ajuda para adormecer.
E uma ajuda para se manter acordado.
E uma ajuda para não pensar no que está a acontecer.
E esconder. E esconder. E esconder sempre. De todos.
E as pontas começam a ficar soltas. E como voltar a agarrá-las? Quando? Como? Tão espalhadas elas já estão.
Tudo tão frágil.

Tomara um colo quente, o abraço morno da mãe, os joelhos do vizinho, a tia, a avó, dá cá um xi-coração , gosto tanto do teu xi. Tomara um colo...