segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Em modo: Contra o marasmo. Bom Dia de Reis!!!


Um ser humano faz de si o que é capaz de fazer e não o que a vida fez dele. Traumas, torturas, privações, perdas, dores, não constituem a fórmula universal e infalível nem para um caráter forte e vertical nem para um fado de desgraça e perdição. Também não definem à partida se  evolui para a humildade ou se, pelo contrário, se encontra conforto na arrogância e na altivez. O que se vive pesa e complica, é certo. Mas não é argumento único para justificar o caminho seguido.
Existem aquelas pessoas que dizem sempre a mesma coisa, emanam sempre o mesmo cheiro, olham sempre com os mesmos olhos, fecham-se em timbres iguais, defendem-se na ladainha habitual. Nunca há convite que as acorde nem efeméride que as tire do local, como não há feitiço que lhes quebre a monotonia fixada em cada ossinho do corpo, em cada milímetro de pele, em cada segundo do vida.
Então, como vai isso? Cá vamos, cá vamos.
No "cá vamos" subentende-se "andando", que é como quem diz, vamos andando por cá, à espera do euromilhões e na esperança que alguém faça alguma coisa para que possamos passar a responder que "está tudo bem", sem que por isso se tenha de fazer alguma coisa.
Ó diabo, assusto-me sempre. Olhem se a coisa se tornar pegadiça?!!! 

 Tudo porque a inércia é amiga da apatia, que rima com sensaboria, moradora ali para os lados do marasmo...
Contra a morte. Bom dia de Reis!
A luminosa Adorazione dei Magi pintada por Gentile da Fabiano.