TEMPO, NÃO LEVES DA MINHA INFÂNCIA AS LEMBRANÇAS, NEM A MEMÓRIA DAS MINHAS ANDANÇAS...
sexta-feira, 11 de abril de 2014
A palavra à mulher...na companhia de Paco Ibañez.
"Estamos enterrados em convenções até ao pescoço: usamos as mesmas palavras, fazemos os mesmos gestos. A poeira entranhada sufoca-nos. Pega-se. Adere." (Raul Brandão) O corpo de mulher dói...
A traição do corpo começa quando a cabeça deixa. E a cabeça deixa sempre que o corpo trai. Não é só a humidade ou o frio. Se fosse o caso, os dias melhores seriam dourados. Não. Tudo começa na cabeça e depois está nos ossos e custa a subir as escadas, a guiar, a dormir. A seguir há qualquer coisa que acontece e a cabeça diz-nos que temos de ir, de fazer. Ou então, num cenário pior, é a vida que nos mostra a dor dos outros, a morte dos outros, tudo se agiganta e temos de reagir. Ter memória é algo impossível de controlar. A maioria das pessoas não gosta que os outros a tenham ou, de preferência, se têm, pois que se calem. Quanto mais me dói, menos calada consigo ficar. Uma merda.
Na boa companhia de Paco Ibañez " Me queda la palabra"... Se o mundo, ou o meu mundo desabar apanha-me de surpresa, estou tranquila...