quinta-feira, 26 de junho de 2014

Trauliteira....que coisa! (Seria bom se este meu blogue tivesse outro nome, coisa decente, com dignidade intelectual) ...

Devia ter nomeado este blogue com recurso a uma obra literária, devia ter feito uma dessas vulgares façanhas verbais, um trocadilho que, mesmo ridículo e forçado, me fizesse parecer cabeça criativa e pensadora. Qualquer coisa como "crónica de um blogue anunciado", "blogue da razão pura", "em busca do blogue perdido", "singularidades de uma rapariga loura". Uma combinação de palavras cruciais, como "inquietação", "relatividade", "olhares"... 

 E sem mais rodeios...vou falar da:

Seleção...

A propósito de uma crónica lida no Observador . Reza a autora a seguinte grande verdade:

"Somos uma das grandes nações do futebol, os nossos jogadores estão entre os melhores do mundo… e no entanto não vamos ganhar o Mundial. É o que acontece sempre. Por um lado, ficamos cheios de esperanças (...) Por outro lado, sabemos que estamos destinados a perder".

Ora, nunca é demais recordar que esta pessoa que vos escreve não percebe nada de futebol. Já tentei perceber, mas não percebo. Gostava de me entusiasmar com o desporto rei, porque é sempre uma maçada ver toda a gente aos saltos e eu ficar ali neutra, estilo psicopata da vida isento de emoções humanas a fingir que está muito contente ou muito triste conforme o resultado, mas é o que acontece quase sempre.
Depois é um jogo muito não me toques, tudo é falta, ai-que-me-tocou-no-menisco-que-tragédia, com especial predominância de rapazes bons atletas mas simplórios de brinco na orelha, penteados à kizombeiro e hábitos a condizer.
Tal como a crónica do Observador aponta e muito bem, quer a Seleção ganhe ou perca o País continua exatamente na mesma. Cada português à beira de um faniquito, a gritar pelo Ronaldo, não acrescenta um cêntimo à sua conta bancária, não tem melhores condições de vida, não arranja um emprego decente nem deixa de se angustiar com o futuro dos filhos ainda que se ganhe o Mundial com um resultado estrondoso e nunca visto. O Ronaldo volta para a sua vidinha de grandes bólides e fatiotas de gosto duvidoso, os adeptos voltam a maçar-se com pagar as contas. No fim do jogo, o encanto quebra-se e as carruagens voltam a ser abóboras.